Ainda fico embasbacada com a atitude de certos brasileiros- é esse mesmo o termo: embasbacada, ou seja, a arte de ficar como babacas inertes sorvendo a corrupção alheia. O medíocre, o supérfluo é ridiculamente incapaz de delinear a virtude humana, e, percebo a cada dia o seu uso corriqueiro, deixando os meros devaneios por entre as próprias nuances comandar o nosso país.
Quando pensamos que as situações antigas são apenas uma fotografia do passado, percebemos quão reais elas se tornam. É o preto e branco de sonhos esmiuçados em pedaços de trapo. O trapo de encontrar além de conceitos, as verdades da violência e do descaso. Olho por entre os olhos daqueles que parecem ser a esperança de um futuro melhor e vejo apenas um espaço vazio. Quem dera fosse o nada, porque assim estaria aliviada por encontrar algo. Percebo que as relações humanas estão mais deterioradas do que nunca. Mesmo com aquela célebre frase que me ratifica que o novo sempre vem, presencio o velho preconceito se fazendo presente nas cenas do cotidiano. Há quem diga que o processo de evolução é o responsável por deixar todos individualistas, escassos de caráter, carentes de dignidade.
Não! Hoje protesto por toda essa normalidade de pensar a sociedade como um gancho de sonhos. Sonhos?! Aqueles que se contentam apenas com o sonhar estarão fadados a passar pela vida com um sorriso falso e um contentamento descontente. Digo não ao conformismo. Clamo por um poder mais ousado, que lute empunhando as armas do Saber. Chega de passividade, ainda acredito que o mundo possa ser mudado, a história reescrita de forma audaz. É preciso fazer apologia ao dinamismo! Não convém acreditar que apenas com os velhos modos possamos chegar ao tão almejado futuro. É hora de questionar: Realmente precisamos viver assim, livres e censurados, meu Brasil?